sábado, 3 de maio de 2008

Fé e Ciência



"Fé e ciência não se misturam". Era exatamente essa a minha mentalidade a respeito da relação entre a Fé e a Ciência. São dois pontos completamente divergentes e mutuamente excludentes. "Não se é possível caminhar numa compreensão entre a Fé e a Ciência", pensava eu. Como a subjetividade da Fé pode misturar-se com a objetividade da Ciência? Onde está Deus na Ciência e a Ciência em Deus?


David Hume, um filósofo e historiador francês, fez a seguinte afirmação: "Se tivermos em nossa mão, qualquer um livro - de divindade ou metafísica, por exemplo -, devemos perguntar: ele contém algum raciocínio abstrato relativo a quantidade ou números? Não. Ele contém algum raciocínio experimental em relação à matéria e à existência? Não. Então, jogue-o no fogo, pois contém apenas sofismas e ilusões". Você consegue visualizar as consequências das duas condições de Hume? Se ele estiver certo, todo livro que fale sobre Deus não tem sentido algum, principalmente a Bíblia. Difícil não?


E o que dizer de Immanuel Kant, um filósofo alemão que afirmou que a área do conhecimento é limitada ao mundo das experiências e que é inevitável que uma pessoa fracasse ao tentar conhecer coisas que são desconhecidas. Isso porque, de acordo com Kant, você só pode conhecer o fenômeno que sua mente categoriza do objeto e não o objeto propriamente dito. De acordo com kant, a existência de Deus não pode ser afirmada ou negada no campo teórico, nem pode ser cientificamente demonstrada pois Ele não existe. Será que estamos presos num agnosticismo sobre o mundo e o universo real?


Essas teorias desses pensadores de fato são uma pedra de tropeço na vida daqueles que buscam conhecer a Deus. Como se posicionar frente a esses argumentos? O que temos como provas científicas a respeito da existência de Deus? Como refutar argumentos que destroem a fé e que são cientificamente demonstrados?


Blaise Pascal um filósofo, físico e matemático, disse: "Quase que invariavelmente as pessoas formam suas crenças não baseadas nas provas, mas naquilo que elas acham atraente".


O apologético Normam Geisler, nos lembra que geralmente obtemos as informações com base na observação do mundo ao nosso redor, e então, tiramos conclusões gerais dessas observações. Ao observar alguma coisa repetida vezes, podemos concluir que algum princípio geral é verdadeiro. Esse método de se chegar a uma conclusão baseado em repetidas observações específicas é chamado de indução. Usamos esse método diversas vezes, em diversos momentos e é exatamente esse método que nos conduz a uma descoberta científica da existência de Deus.


Mas, como usar desse método de observação para investigar um ser não observável que é Deus? Deus não é espírito? Como os nossos sentidos podem nos ajudar a reunir informações sobre Deus? Simplesmente observando os seus efeitos. Por exemplo: não podemos observar a gravidade diretamente mas podemos observar os seus efeitos. Desses efeitos fazemos uma inferência racional quanto a existência de uma causa, ou seja, um objeto quando jogado para cima sempre caí devido a força da gravidade quando esta está presente.


Se para descobrir a força da gravidade e os seus efeitos foi preciso uma inteligência humana preexistente, será que existem efeitos observáveis que parecem requerer uma inteligência sobrenatural preexistente? Em outras palavras, existem efeitos observáveis que apontam para Deus? A resposta é sim e o primeiro efeito é o próprio Universo.


"A ciência sem a religião é aleijada; e a religião sem a ciência é cega". Para fazer tal afirmação, o físico alemão Albert Einstein, em seus estudos a respeito da Teoria Geral da Relatividade (espaço-matéria-tempo), não estava contente com o rumo que seus cálculos estavam tomando. Se os seus cálculos apontavam para comprovação de sua Teoria Geral da Relatividade, isso significa dizer que o Universo não é eterno, mas sim que teve um início, contrariando sua crença de que o Universo era estático e eterno. Houve até uma tentativa de sua parte de introduzir em suas equações o que os físicos chamaram de fator disfarce, com o intuito de afirmar que o Universo é estático e evitar a idéia de um início absoluto. Mas o matemático russo, Alexander Friedmann em 1922, mostrou oficialmente que o fator disfarce de Einstein era na verdade um erro algébrico (uma divisão por zero).


O astrônomo holandês, Willem de Sitter descobriu que para se afirmar que a Teoria da Relatividade de Einstein fosse verdadeira, o Universo teria que estar em expansão e não estático como pensava Eisntein. No entanto, em 1927 na Califórnia, o astrônomo Edwin Hubble observou a expansão do Universo de seu telescópio de 100 polegadas do observatório do monte Wilson (lei de Hubble). Em 1929 Einstein foi até o monte Wilson, observar pessoalmente a expansão do Universo através daquele telescópio e o que viu foi irrefutável! A evidência baseada na observação mostrou que o Universo estava realmente em expansão, como havia predito a Teoria da Relatividade. Eisntein agora, queria conhecer os pensamentos de Deus e saber como Ele havia criado o mundo e não estava interessado mais em pequenos fenômenos e detalhes.


Isaac Newton diante do projeto de nosso sistema solar fez a seguinte descrição: "Este belíssimo sistema no qual estão os sol, os planetas e os cometas, somente poderia proceder do desígnio e do poder absoluto de um Ser inteligente e poderoso". Olhar para as grandes descobertas a respeito do Universo e afirmar que o próprio Universo é obra do acaso é uma atitude irracional e de puro orgulho. Já não é mais uma questão racional daqueles que afirmam que o Universo é obra do acaso mas sim volitiva.


O Universo foi perfeitamente projetado para permitir a existência de vida humana na terra e essas condições ambientais formam o que é conhecido como princípio antrópico (humano). Dentro do princípio antrópico temos 5 constantes antrópicas que comprovam as condições ambientais de vida humana na terra.



Constante antrópica 1: Nível de oxigênio. O nível de oxigênio na terra corresponde a 21% e essa porcentagem de oxigênio é o que torna a vida possível na terra. Se esse nível fosse de 25% haveriam incêndios espontâneos na terra. Se esse nível fosse de 15% os seres humanos ficaram sufocados.



Constante antrópica 2: Transparência atmosférica. Se a atmosfera fosse menos transparente, não haveria radiação solar suficiente sobre a superfície da terra. Se fosse mais transparente, seríamos bombardiados com muito mais radiação solar aqui na terra.



Cosntante antrópica 3: Interação gravitacional entre a terra e a lua. Se essa interação fosse maior do que é, os efeitos sobre as marés oceânicas, sobre a atmosfera e sobre o tempo de rotação seriam severos. Se fosse menor, as mudanças orbitais provocariam mudanças climáticas. Qualquer uma dessas situações a vida na terra seria impossível.



Constante antrópica 4: Nível de dióxido de carbono. Se o nível de Co2 fosse mais alto do que é agora, estaríamos sendo queimados devido ao enorme efeito estufa. Se o nível fosse menor, as plantas não conseguiriam manter uma fotossíntese eficiente e ficaríamos sufocados.



Constante antrópica 5: Gravidade. Se a força garvitacional fosse alterada em 0,oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo1 por cento, nosso sol não existiria e nós também não.



Existem mais de cem constantes definidas com bastante exatidão que apontam para um Projetista inteligente. O Acaso simplesmente não poderia ser o autor de grande obra pois o fato de o Universo existir e ser projetado da maneira que foi, indica que quem o projetou sabia exatamente quem habitaria a terra e quais as condições necessárias para que esses habitantes sobrevivessem. Qualquer erro, por mínimo que fosse, impossibilitaria a existência de vida na terra.



Existe sim uma relação entre Fé e Ciência. É possível sim caminhar numa compreensão entre elas e saber disso fundamenta e consolida mais a minha Fé num propósito humano de Deus criador.



"Somente um principiante que não sabe nada sobre ciência diria que a ciência descarta a fé. Se você realmente estudar a ciência, ela certamente o levará para mais perto de Deus." ( James Tour, nanocientista)





Fonte: Não tenho fé suficiente para ser ateu - Norman Geisler e Frank Turek

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